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Goiânia - Berço dos 'Kids Pretos' e Centro de Articulações Golpistas

  • Foto do escritor: Valter Luiz Batista
    Valter Luiz Batista
  • 24 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Goiânia tem acumulado diversos títulos nos últimos anos por seu clima ameno, e em meio ao crescimento industrial e do agronegócio na região. Mas desde o dia 8 de janeiro de 2023, ela entrou com força na crônica política nacional como epicentro da articulação golpista de generais.

É lá a sede do COpEsp (Comando de Operações Especiais), que forma os agentes das forças especiais do Exército, os chamados "kids pretos". Considerados a elite do Exército, o grupo se viu sob os holofotes nos últimos dias. A notícia de que integrantes desse seleto time teriam papel central no plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes veio à tona na última terça-feira (19). Foi nesse dia que a Polícia Federal deflagrou uma operação que prendeu quatro militares e um policial federal por participarem da articulação de um golpe de Estado.


Na mesma terça, o jornal local O Popular destacava que Goiânia havia sido citada 39 vezes na apuração da PF sobre o plano golpista desenhado em 2022. Em outras palavras, a tentativa de golpe de Estado que colocou Jair Bolsonaro e seus aliados na berlinda, passou pela capital de Goiás.


A formação desses militares, considerada uma das mais exaustivas e eficazes do país, inclui táticas de guerrilha urbana, operações de sabotagem e inteligência avançada —habilidades que, segundo a investigação, foram utilizadas para planejar o golpe. Segundo um deputado goiano que pediu para não ser identificado, o acesso ao COpEsp é disputado. "São cem inscritos, mas apenas dois formados. Os caras se formam bem fisicamente, em paraquedismo, em mergulho, em estratégia, em guerrilha, em tiro e em luta. São ninjas", diz ele.


O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo é um dos 'kids pretos' detidos na terça, quando estava a caminho do Rio. Azevedo vive com a família na vila militar, no Setor Marista em Goiânia, de onde se avistam carros de luxo e casas imponentes. O tenente-coronel Rafael "Joe" Martins de Oliveira, outro agente especial preso na terça-feira, também vivia ali até dois anos atrás. Ambos são apontados pela PF como figuras centrais do plano golpista, especialmente do evento Copa 2022, que seria realizado no dia 15 de dezembro. Essa era a data em que Moraes esteve na mira dos agentes especiais, segundo a investigação.

Azevedo teria arquitetado a prisão de Moraes, enquanto Joe ajudou a comprar os equipamentos necessários para a execução do plano, além de garantir o financiamento dos atos que culminariam na tentativa de golpe em Brasília. Os dois tenentes, à época ocupando o posto de major na hierarquia militar, viabilizaram a aquisição de telefones "frios" (aparelhos e chips ativados em nome de terceiros clandestinamente) em Goiânia para dificultar a identificação dos envolvidos no planejamento.


Um outro 'kid preto' preso na operação de terça, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, também esteve em Goiânia algumas vezes. Numa delas, em 21 de novembro de 2022, chegou de avião para voltar a Brasil.

 
 
 

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